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OS FUNDAMENTOS DA POLÍTICA
OS FUNDAMENTOS DA POLÍTICA

Frei Jonas Matheus Sousa da Silva

 

O termo política remonta à Grécia clássica, mais precisamente à cidade-estado, chamada polis de Atenas. Derivando disso o termo política ser usado para definir o exercício da democracia- sobremaneira- para definir a administração dos cidadãos atenienses para com a sua polis, em vista do bem comum dos cidadãos que a formavam. Neste sentido, fundamentais contribuições para o campo político foi nos deixada por Platão, filósofo discípulo de Sócrates que atuou na Grécia antiga, bem como por Nicola Maquiavel, filósofo do Renascimento cultural, na Itália.

No diálogo A República, sobretudo a partir do clássico mito da caverna, o filósofo em questão evidencia a origem da sã política enquanto servidora do bem comum, em detrimento dos próprios interesses, como está em voga no campo político brasileiro, intitulado com o termo corrupção política.

Interpretando o mito da caverna na perspectiva política, deparamo-nos com o político ideal enquanto amante do saber, ou seja, para Platão o político deve ser filósofo, dado que o mesmo deve ter a habilidade crítica de enxergar além do que o povo está habituado na banalidade do cotidiano. O político é aquele que deve está livre dos jugos ideológicos, sendo capaz de contemplar as idéias eternas, a fim de libertar os demais cidadãos que geralmente não conseguem ver além das aparências das coisas e fatos corriqueiros.

No entanto como destacou Maquiavel, em O Príncipe, os políticos podem estar interessados não tanto no bem comum, porém somente em conquistar o poder, formar séquitos e tropas e, cuidar para que ninguém lhes arrebate o domínio; donde  se seguem as máximas: o povo tem memória curtadividir para governare, os fins justificam os meios. Aqui podemos reconhecer uma avaliação filosófica do fenômeno corrupção que assola nossa política.

Neste ano de Campanha eleitoral, vale a pena formar a nossa consciência política efetuando as utilíssimas leituras de Platão e Maquiavel, obras essas que encontramos a preços acessíveis; afinal de contas cidadão esclarecido é cidadão crítico que não se deixa enganar por certos mentirosos e avaros engravatados que inclusive se utilizam do nome de Deus para zombar da ingenuidade do nosso povo. Leiamos a Sagrada Escritura, sim, pois é salutar, porém não descuidemos da nossa formação crítico-política para não compactuarmos com o pecado social.